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Movimento que defende a Reforma Tributária teme que proposta não seja aprovada em 2021

Movimento que defende a Reforma Tributária teme que proposta não seja aprovada em 2021

Entrevista de Renata Mendes, líder do Pra Ser Justo, concedida à Rádio Itatiaia em 08.03.2021

O cronograma da Reforma Tributária, que aparece entre as prioridades no Congresso Nacional, está atrasado. A expectativa era a de que o relatório final da proposta fosse apresentado no fim de fevereiro, o que não ocorreu.

O Brasil tem a pior política tributária do mundo e apesar de o presidente do senado Rodrigo Pacheco (DEM) ter prometido debater e votar uma reforma considerável ainda neste ano, o temor do movimento Para Ser Justo é que mais uma vez a proposta não saia do papel. O sistema de cobrança de tributos no Brasil está entre os 10 mais complexos do mundo e é o país em que as empresas mais gastam horas por ano para apurar e pagar cobranças da forma correta.

De acordo com Renata Mendes, que é líder do “Movimento Para Ser Justo” o Brasil é o país onde mais se cobra impostos sobre consumo, sem falar na renda.

“Uma das principais coisas que deixa o Brasil nessa situação complicada frente aos outros países e na possibilidade de receber investimentos ou de receber outras grandes empresas aqui no país é o nosso sistema tributário. A gente conhece vários casos de empresas que desistiram de vir para cá ou que estavam conversando sobre negócio e decidiram abrir em outro país pela complexidade do nosso sistema. São 1500 horas em média por ano [para pagar os impostos], mas a gente sabe que dependendo do setor esse valor pode chegar a 20 mil, 30 mil horas por ano.”

Segundo Renata, a Reforma Tributária é uma das saídas para reduzir a desigualdade no Brasil. “A gente já tem textos apresentados, já estão propostos no Congresso. O que a gente está preocupado é realmente ter um bom texto, ter uma reforma que vai produzir justiça de fato, que seja bem feita e que seja realmente possível de implementar.”

Renata ressalta que o movimento fica apreensivo com a possibilidade da reforma ser novamente adiada. “O principal temor é esse tema ser adiado para o próximo semestre ou para 2022. Para garantir que os princípios que estão lá vão ser aprovados a gente precisa de tempo, precisa fazer ainda esse ano, a gente sabe que é muito difícil que uma agenda tão complexa como essa passando para 2022 vá ser discutida e priorizada em ano de eleições. Aí é provável que seja retomado só em 2023 e tem um ônus grande.”

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